Lord of The Rings: The Two Towers – review

Aqui está um resumo da versão para a PlayStation2, do segundo jogo da séie, baseado também no segundo filme desta saga de aventuras.

– Introdução –

Este jogo é baseado no filme que foi um grande sucesso no final do ano passado. Contudo, tem uma pequena vantagem sobre a longa linhagem de jogos que se baseiam em títulos de filmes, ou seja, este é melhor que muitos deles. Ao contrário de jogos passados e de jogos criados por concorrentes, a Electronics Arts conseguiu fazer com que o LOTR: The Two Towers fosse um jogo onde os fãs e curiosos se piudessem divertir durante algumas horas e ter muito poucas reclamações.

Logo na apresentação percebe-se que o jogo vai acompanhar a história do filme, pois esta começa com imagens do primeiro LOTR, “A Irmandade do Anel”. A apresentação mostra a criação dos anéis e a batalha onde Sauron é derrotado pela primeira vez aos pés da Montanha Doom. Aí, vai ter a primeira surpresa, pois no meio das imagens da batalha há uma transição das cenas do filme para o jogo onde começa a participar no papel de Isildur. Este primeiro nível serve como treino para se familiarizar com os controlos, e dá também uma noção de como vai ser o ritmo do jogo.

Essa transição de imagens funciona bem durante o jogo, pois contribui para que o jogador pense que está no meio do filme e dá também dicas de como proceder na fase seguinte, para além de servir como “trailer” para quem não viu o filme. Outro factor que está muito bom é a maneira como a EA manteve o tom sombrio das imagens e da banda sonora original. Marcado pela quantidade de cenas escuras, pela pancadaria e pela música durante as batalhas, o jogo consegue fazer com que muita gente fique horas na frente da televisão e na ponta do sofá, à espera do que vai acontecer.

– O Jogo –

Quem gostou dos jogos Devil May Cry e Onimusha Warlords vai de certeza gostar também do LOTR: The Two Towers, pois segue a mesma linha de ambos os jogos. Quem precisa libertar stress vai se dar muito bem com a enorme quantidade de pancadaria que este jogo oferece. Contudo, isso não significa que em certas fases o jogador não necessite de algum tipo de estratégia para prosseguir (fazendo com que o jogador não perca o interesse).

Assim como no Devil May Cry e no Onimusha Warlords, o jogador acumula pontos durante cada fase, e no final recebe uma nota que varia entre “médio, bom, muito bom, excelente e perfeito”. Esta pontuação serve para duas coisas: a primeira é para comprar mantimentos e armas; e a segunda é para aumentar a agilidade do personagem.

O jogo começa na batalha aos pés da Montanha Doom e continua como um “flashback” do primeiro filme. Depois da batalha, o jogador prossegue como Aragorn, o mercenário herdeiro de Isildur e tem de lutar contra os cavaleiros negros que quase matam Frodo. Depois desta fase o jogador pode escolher entre os personagens Aragorn, Legolas ou Gimli (que parece ser o mais fraco dos três) para continuar a jornada contra os exércitos de Sauron. Basicamente o jogo acompanha a segunda metade do primeiro filme, com batalhas nas minas de Moria e a batalha final onde a irmandade se separa. Após esta batalha o jogo começa a seguir a história do segundo filme.

O controlo dos personagens é básico, com os mesmos comandos para cada um. Isso facilita a vida do jogador, pois não precisa de se lembrar de dezenas de combinações diferente, para poder continuar com os diferentes personagens. Outra coisa que ajuda é a utilização dos botões analógicos, pois o jogador precisa de movimentos rápidos em certas fases. O controlo analógico esquerdo movimenta o personagem e o direito repete a acção dos botões (que é muito útil quando precisar de fazer combinações para os ataques especiais).

O estilo de luta do jogo varia de duas maneiras. A primeira é no estilo linear, onde o jogador segue um caminho enquanto a pancadaria decorre. A outra é no estilo arena e parece mesmo algo saído do filme… Existem quantidades infinitas de inimigos para bater, esfaquear, lançar flechas, chutar, etc. Já o nível de dificuldade dos inimigos varia de acordo com o progresso do jogador. Qualquer um que achar que todos os inimigos são fáceis vai acabar perdido e apanhando continuamente, em fases críticas do jogo.

Obviamente que como todos os jogos, este também tem defeitos, mas eles não são tão grandes a ponto de afectar o contexto final. Uma coisa que poderia ser melhorada é a participação dos NPCs (Non Playing Characters ou jogadores que não controlamos, e a própria Inteligência Artificial do jogo). Em algumas fases o jogador tem a ajuda de outros personagens do filme, mas estes personagens são controlados pelo computador e pode deixar o jogador um pouco frustrado, porque a EA poderia ter implementado uma opção multi-jogador para duas pessoas e assim outra pessoa controlaria esses personagens. Como consequência, teriamos um aumento da diversão.

Contudo, o maior defeito do jogo foi o tempo de duração. O jogo poderia ser mais longo, mesmo que tivessem de introduzir algumas fases que não fazem parte do filme. Quando se chegar ao final do jogo, o jogador fica com uma pergunta no ar – já teminou? E com uma sensação de querem mais. Pode ser que estes dois fatores (as pesonagens controladas pelo computador e o tempo de duração do jogo) estejam ligados um com o outro, pois se o jogo já é curto para um jogador, seria ainda mais para dois.

– Gráficos –

Existem apenas quatro promenores que impedem de dizer que os gráficos são excelentes: a transição da imagens do filme para o jogo (a EA poderia ter-se dedicado um pouco mais quando teve esta ideia); o personagem Gimli (que mais parece um mutante que um anão); a falta de detalhes periféricos nas paisagens (que é compensada com a imensidão de detalhes locais); e o posicionamento da camera em certos níveis que acaba por prejudicar o progresso do jogador. Um exemplo desta pequena falha foi uma das fases finais, onde eu se perde de vista certos inimigos e se acabava por morrer sem se aperceber do que aconteceu.

Fora estas pequenas falhas, a EA fez um bom trabalho, dando muita importância à arquitetura, ao guarda-roupa dos personagens e aos movimentos rápidos que não afectam a velocidade do jogo. Um exemplo é a última fase do jogo onde o jogador luta com uma quantidade infinita de inimigos e o jogo não reduz de velocidade em nenhuma parte (nem no som, nem nos movimentos, nem na montagem final). Para se ter uma ideia, podemos até ver as gotas de chuva a bater contra a camera, dando a impressão de que todos estão molhados.

– Som –

O som é sem dúvido um dos pontos fortes do jogo. O trabalho de som, que foi feito por parte da EA, foi em grande estilo, principalmente porque eles utilizaram as vozes e a banda sonora original do filme.

– Conclusão –

O jogo devia ser mais mais longo e o trabalho das cameras mais elaborado. Considerando que o LOTR: The Two Towers tem muita influência vinda Devil May Cry, o tempo de duração do jogo deixa muito a desejar e o posicionamento das cameras consegue deixar os jogadores frustados, em algumas das fases.

Isto não impede que jogue o jogo mais de uma vez e tente chegar ao fim com os três personagens para que possa disfrutar de todas as surpresas que o jogo tem.

Em questão de diversão e alívio para o stress, o trabalho da Electronic Arts até chegar ao produto final é excelente.

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